Na minha última viagem antes das minhas férias (merecidas! rs), fui de São Paulo à Vitória pela Gol. A revista de bordo da Gol tem umas matérias interessantes, mas tem uma parte que eu, particularmente, leio, que é a parte "Pergunte ao comandante". Uma pessoa perguntou por que os ouvidos doem durante o vôo. Achei a resposta do comandante Adalberto Bogsan realmente interessante, simples e técnica. Veja a resposta dele abaixo:
"As aeronaves normalmente voam a uma altitude de aproximadamente 9 mil a 11 mil metros em relação ao nível do mar, e com uma pressurização na cabine equivalente a pressão atmosférica de um local com cerca de 2500 metros de altitude (para quem foi a Bogotá, na Colômbia, sabe como é.). No interior da cabine, além da pressão, o oxigênio está reduzido a 71%, quando comparado a uma cidade que está ao nível do mar. Essas condições, somadas à unidade relativa do ar baixa, facilitam a desidratação e o ressecamento das secreções respiratórias. Durante a subida, a medida que a altitude aumenta (e a pressão atmosférica diminui), o ar presente no ouvido se expande e escapa através da tuba auditiva (trompa de Eustáquio), igualando a pressão interna com a do ambiente. Durante a descida, à medida que a altitude diminui (e a pressão atmosférica aumenta), o volume do ar existente no ouvido vai sendo reduzido, criando pressão negativa (vácuo parcial) em relação ao ambiente. Nessas circunstâncias, caso a tuba auditiva não permita a entrada de ar para o ouvido, o que faria com que a pressão fosse equalizada, pode haver desconforto e até dor. Normalmente isso ocorre quando as vias respiratórias estão congestionadas. A recomendação é fazer longos bocejos e mascar um chiclete".
Interessante, não é? Por isso que vemos nos filmes, quando há um rompimento na cabine de um avião, tudo que estiver dentro do avião tende a ser sugado para fora, pois a pressão atmosférica fora da cabine é muito menor em relação à dentro da cabine.
Então, se for fazer uma viagem longa, com muitas paradas, não se esqueça de levar chicletes.